20h
Lucíola caminha pelo centro de Porto Alegre. É domingo e sua direção é o mercado público.
Acabou de sair de uma sessão de cinema, assistiu "Abismo Prateado".
O telefone toca, não é o seu e sim o de alguém que está bem próximo. Escuta a conversa:
- Oi Vó, tudo bem?
...
- Vó acho que vou casar.
...
- Eu disse que acho que vou casar.
...
- Eu estava com o Felipe e percebi que com ele tudo é diferente, é tão bom.
...
A conversa já está distante. Nenhum som é inteligível. Mas a sensação, fica.
Ah, como é bom sentir isto, ter esta certeza. Mesmo que um dia acabe como aconteceu com Violeta (a protagonista do filme).
O fim não importa frente a seu início ou continuação. O fim é o fim, não é pra ser vivido agora.
E o que Lucíola pensa disso tudo? Seu amor foi, mas a melhor parte disso é que ele volta. E o tédio se torna saudade.
O ônibus chega, 5 min. parada esperando sua partida. O açougue tem estampado todas as suas carnes, mesmo frio é bom de olhar. O ônibus parte e então se chega, algumas quadras e o fim do domingo está chegando.
21h. Casa, pijama e cama.
Nenhum comentário:
Postar um comentário