quinta-feira, 21 de março de 2013

Iato

Era mais um dia, desses que se acorda cheio de tarefas e se termina com mais delas não resolvidas. Mais um dia onde tudo ficou pra amanhã. E sem se dar conta, ela foi empurrando com a barriga, igualzinho a todos os que faziam parte de seu dia e seu futuro.

Junto disso vinha um aperto no peito estranho, uma tristeza inconsolável e uma falta de amor próprio. Não havia mais auto-estima que fizesse com que ela se posicionasse e nem certezas que fizessem ela seguir, como se as certezas servissem para alguma coisa, Aliás, até serviam, para fazer com que no decorrer agente visse que estava tudo errado, e incerto.

Se não tinha mais auto-estima podia ter certeza que esperava que alguém lhe estimesse. Ledo engano. Impossível alguém olhar com bons olhos uma imagem que se menospreza.

E neste espaço que vinha vivendo, foi perdendo sua fé.

Eu juro, juro que ela tentou!

Rezou pra mil santos, Deus e o Demônio. Emplorou pros céus de todas as formas. Mas parecia que o Demônio não entendia sua lingua e, além disso, Deus havia perdido suas orelhas. E ja sabem né? Um Deus sem orelhas não há santo que se faça escutar!

Assim ela se entregou ao niilismo e ao iato que vivia, estava apenas esperando passar, e mais uma vez deixando pra decidir e resolver tudo amanhã.

terça-feira, 5 de março de 2013

Minhas lágrimas escorrem porque é o fim de uma parte da vida. Existe uma mistura de tristeza com hormônios que gera está combinação bombástica. Se já não bastasse o habitual... começa uma pequenina catástrofe.

Me desterritorializo e terei que achar outra terra, criar outro canto, arrumar as coisas pra ver se ficam um pouco do meu jeito.

Existe uma angústia nisso tudo, o novo é o novo e junto dele vem seus desafios. Mas como sempre caminho, a passos largos, mais um passo está acontecendo e mais uma vez não voltarei atrás. Porque meu rumo é em frente, aqui não falo de geografia e sim de vida. Porque geograficamente seguirei voltando, voltando pra seguir em frente.

É um grande clichê meu escrever sobre ciclos que se fecham, e caminhos que se abrem, mas talvez esse seja meu dilema eterno, ou seja, essa minha mania de nunca parar. Nunca me satisfazer, sempre seguir crescendo e assim abrindo novos mundos.

Que surja então um mundo novo, cheia das minhas coisas velhas, afinal eu gosto muito delas.