quarta-feira, 30 de junho de 2010

A cavalo 2

E enquanto a música tocava, Luisa viu Carlos entrar em seu mundo enquanto dirigia. Com Luisa não foi diferente, medo de encontrar Luis ela não tinha mais, pois sabia que o encontro seria inevitável.
Rapidamente os pensamentos de Luisa, montaram a cavalo e se foram a galope, em busca de Jô.

Luisa olhava de canto de olho para Carlos e lembrava quando passava dias e dias ao lado de Jô. Ambos eram vizinhos e se encontravam diariamente, mas cada um tinha seu mundo, e as visitas ao mundo de Jô eram sempre um encontro com algo bom, muito bom que Luisa não sabia explicar.
Neste momento sentia apenas a saudade do pescoço de Jô, sentia saudade de olhá-lo segurando o violão e ver suas mãos fazendo as notas musicais ao ritmo de milonga.
Jô não sabia nenhuma música, não tinha saco pra ensaiar as mesmas, todas as que ele tocava eram criações sua, ele era um verdadeiro artista.
Um amante das emoções, se entregava a elas como sempre as vivenciou com a música, era algo inesperado que acontecia no momento, e era justamente disso que ela tinha saudade. A coragem que via nele e que brotava nela de se ser quem se é e viver o que vier.
E por mais clichê que fosse, ambos tinham um lema: "que seja eterno enquanto dure".

Agora Luisa não queria lembrar porque tudo acabou com Jô, ela estava em frente a porteira que dava acesso a casa da família de Carlos.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

A cavalo

(Charlote agora é Luisa)

O que você vai querer? Quero um vinho tinto seco que deixo a seu critério, e nada mais.
Você não vai comer nada?
Não!
Está bem, mas não beba muito porque amanhã vamos pra fora visitar meus pais.
Está bem.

Luisa se embreagou, e dormiu.

Pela manhã a cabeça doendo, a vontade de não levantar.
Meu amor, acorda, vamos nos arrumar pra irmos.
Está bem, aquele meu vestido azul está aqui na tua casa? Não lembro se deixei ele aqui da última vez.
Sim está, vou pegar pra você.
Obrigada.

Carlos levanta, pega o vestido de Luisa, tão lindo vestido que fica mais lindo ainda em seu corpo. Carlos vai até o quarto e olha em cima de sua cama, as curvas femininas de Luisa, abre um sorriso. Com ele, ela estava segura.

Ambos se vestem. Entram no carro. Luisa pede Bach - Tocata e Fuga, Carlos odeia as músicas de Luisa, mas coloca o pedido.

Luisa está cansada, enjoada de tudo aquilo. Mas não sabe ao certo o que é aquilo. Eis então que percebe.
Carlos para o carro!
Como assim?
Para agora!
Não vou parar!
Carlos por que você está me levando lá? Por quê? Você sabe que o Luis pode estar lá. Seus pais sempre convidam a família dele para o almoço.

Não me importa, quero te levar, e quero te levar comigo.
Você quer me constranger?
Quem quis me constranger foi você!
Luisa começa a dar socos em Carlos...
Depois de mais uma briga, ambos se acalmam.
E seguem em direção a fazenda...

quinta-feira, 24 de junho de 2010

O site do livro que participo

O site do livro que participo:

Carlos retorna...

(f0to de Arlinda Mestre - olhares.com)

Carlos chega de viajem, e liga para Charlote (observação, Charlote é a mesma Paola mas já possui outro nome).

- Charlote quero falar com você agora.
- Sim, mas por quê esta voz? O que houve?
- Tu ainda tem coragem de me perguntar o que houve? Onde tu estas? Estas em casa?
- Sim estou em casa, por quê a fúria? Me explica!
- Estou indo aí agora!

Charlote senta-se em seu sofá e chora, o amor de sua vida com certeza havia descoberto. Lastima o moralismo que reina sobre ele, lastima, lastima, lastima.
Esse momento faz Charlote reviver coisas que se passaram por toda a sua vida, desde a infância. Sempre soube que era diferente, ou de repente, humana e foi polida, moldada, esquartejada, quebrada, desmontada, pra corresponder à menina boa que não saia das regras. Porém, algo permaneceu sempre muito vivo nela e ela sabia de seu potencial em se unir novamente a si, se refazer, se organizar e ser ela.

Carlos bate na porta, Charlote abre.

Carlos segura Charlote pelos braços, com muita força, ele está furioso. O que foi que você fez hein?
Carlos você está me machucando. Por favor me solta, eu vou gritar mais alto se você não me soltar, eu faço um escândalo, eu berro pro porteiro!

Carlos solta-a, dirige-se pro sofá, senta-se e começa a chorar.
Charlote abraça Carlos contra seus seios, mas a vontade de chorar ela não sente mais. Está preocupada com Carlos, parte de seu mundo havia sido "desplanificado", suas verdades foram colocadas a prova, a mulher que ele amava, havia traido-o mas ele não conseguia deixar de amá-la.
As lágrimas encostam a blusa de Charlote e ela se abaixa um pouco e começa a beijar Carlos, lágrimas começam a correr de seus olhos, porque ela compreendia toda a dor que ele estava sentindo. Charlote tira as calças de Carlos e ele rasga sua blusa, sobe sua saia...

Acabam ali, naquele sofá, suados, abraçados e chorando.





terça-feira, 22 de junho de 2010

comportamentos padronizados que fingem ser diferentes

Muitas intelectuais são copiadores de teorias e repetem as mesmas com veemência permitindo que tais determinem suas vidas, já os inteligentes relativizam tudo e tomam suas decisões sabendo que não há verdade e que suas vidas nunca serão determinadas por nada!

Cansada de teóricos enfadonhos que não sabem o que é experienciar. e é por isso que sinto saudade do...

Preciso e quero fazer um conto sobre isso...

tempo para pensar...


sexta-feira, 18 de junho de 2010

A três



Personagens:

Paola: Cresceu com o exemplo de mulher fiel em sua casa, sempre lutou pra gostar só de um, quando estava com um ficava cega para os outros. Intelectualmente sábia, porém possui muita preguiça de pensar. Sentimentalmente inteligente porém este ainda é um campo em descoberta.

Carlos: Não se sabe ao certo como crescer, cresceu por natureza mesmo, sorte do destino. Mora com pai e mãe mas nem tem mais idade pra isso, mesmo assim só sai de casa quando encontrar a mulher fiel. Namora Paola e implora-a fidelidade. Intelectualmente ignorante, sentimentalmente inteligente e possui vasta conhecimento sobre os sentimentos.

Luis: Boa educação, família grande, teve sempre muito amor mas nunca soube lidar bem com isso. Investiu no intelecto, o campo dos sentimentos é algo absolutamente novo. Aparenta pouca criatividade mas não se julga pelas aparências!

...

é domingo, domingo é sempre triste, melancólico. Paola acorda e parte para as suas arrumações diurna de um digno domingo só, lavar a roupa suja da semana, limpar banheiro, lavar a louça...
Antes disso uma lida na caixa de e-mails: PAOLA, ESTOU COM MUITA SAUDADE, AMEI SUAS PALAVRAS DE AMOR E TODO O SEU SENTIMENTALISMO. ÉS UM ANJO EM MINHA VIDA, NÃO VEJO A HORA DE VOLTAR DE VIAJEM E TE VER, SENTIR TEU CHEIRO, TEU CARINHO, MUITA, MUITA SAUDADE... TE CUIDA E NÃO ESQUECE QUE PENSO EM TI A TODO O MOMENTO! bjs Carlos

- AH, que lindo, que querido, que saudade! Essa viajem não acaba nunca, mas está cada dia mais próxima do fim.

o telefone toca...

- Oi Paola, tudo bem?
- Oi Luis como estas?
- Estou bem, e sabes muito bem porque estou te ligando né?!

(o coração tocou, não pode! não pode! foi criada como santa, tem que ser anjo, a princesa do castelo, fiel, muito fiel... CALOR?! TESÃO! por outro homem que não o Carlos?! não pode não, justo agora que fizeste juras de amor pra ele, tu atou compromisso com ele, é namoro, namorando, tens que ser dele, propriedade dele, só dele!)

- Sei porque estas me ligando sim, mas pode repetir?
- Então: vamos almoçar juntos, e depois um mate!
- Não sei ainda.
- Tá feito o convite!
- Convite aceito! é vamos sim! onde? Tu me pega aqui, eu vou até onde?
- Já já eu passo aí!

(sua safada! tudo de novo! jura que ama e já vai te assanha pra outro, safada, safada, safada, não foi assim que tua mãe te ensinou!)

QUE SE DANE, NÃO É HORA PRA PENSAR!

QUESTIONAMENTOS QUE ESTÃO EM MIM E COLOCO NA PAOLA: só porque eu sou apaixonada por um não posso transar com outro? e se eu me apaixonar por esse também? vou me apaixonar por dois? e será que eu já iludi um? fui eu quem iludi ou ele que se iludiu? e se eu quiser os dois loucamente e mais nenhum me quiser? ele tá viajando mas vai ficar sabendo, porque ninguém sabe que tenho algo com ele, então vai parar nos ouvidos dele, e daí o que eu faço? namoro? o que é isso? é prisão? mulher não tem tesão? só amor? porque é o que parece, conforme a minha educação, é o que parece! Mas não é o que eu sinto!
Uhhhiiii adorei o jeito de homem que o Luis estava na última vez que vi ele, adoro a sua postura masculina, como será o toque, o beijo, o cheiro no pescoço???
Se Carlus descobre, me capa as tetas, me chama de vadia, acaba comigo, mas eu sou propriedade dele? assinei um papel me declarando bem dele? Como isso funciona, mesmo sem papel já agimos como se fosse assim!
ahhhhhhhhhh, deu de pensar!

o telefone toca:

- Paola estou aqui embaixo, desce aí!
- vamos onde? ( o coração de Paola está aí, não é apenas ir contra o importo por Carlos, é ir contra toda a sua cultura, todo um discurso machista!)
- Laranjal, praia, almoço e chimas e muito beijo e carinho é claro!
- o sorriso, consentido de Paola.

A tarde maravilhosa
A transa ótima
o coração a mil
adrenalina a dois
esquecimento de que o Carlos existe
muito bom
muito bom
maravilhoso
o toque na medida
o cheiro
o orgasmo
ótimo.

Chegada em casa:

E-mail

Paola, meu anjinho, não me respondeste hoje, como estás? Estas bem? É mais uma das tuas depressões? Olha tô louco de saudade, o tempo tá demorando a passar aqui, mas não vejo a hora de chegar aí e te ver. Muita, muita saudade. bjão

E agora? dá pra ficar com os dois?
a tanto tempo isso não acontecia...


(FOTOGRAFIA DE PRISCILLA - BONECA DE MEIO LUXO - OLHARES.COM)

terça-feira, 15 de junho de 2010

A vontade de escrever contos tem voltado. Ai ai que saudade de quando eu escrevia contos...
SENTE O SOM!

SENTE O SOM!

SENTE
SENTE
SENTE
SENTE

SENTE
SENTE
SENTE
SENTE...

Brecht

Não eu não quero ler Brecht, será que em todas as ligações isso não ficou claro???

Querida, leste o texto do Brecht que te falei?

Nãoooooo
e não vou ler, não tô afim!

É um clássico? Ah, é?!
Que se dane. Eu quero é ouvir Led, preciso de muita intensidade, não papos racionais sobre Brecht.

Tua intensidade? é de boca!
Tua ação? está paralizada!
Tua espontaneidade? és personagem!
Tua voz? Uma farsa!

Então não liga mais,
deixa o telefone da minha casa sem tocar.
não vou ver filmes
não vou ler livros por enquanto

quero só Led
Led
Led.

Os teus planos teatrais? Faça sair do papel e daí
daí me chama! daí pode ligar, daí liga toda hora, todo momento!
Daí, não para de ligar!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Cala a boca

Na boca entra
arroz
feijão
carne
ovo
leite
na boca entra
a guela cala
Cala a boca!

Na boca entra
chocolate
bombom
leite
na boca entra
guela abaixo
Cala a boca!

Na boca
entra
massa
macarronada
carne
peixe assado
na boca entra
e cala a boca!

Na boca entra
solidão
desespero
morte
suicídio
na boca entra
Cala a boca!

Entra sapo
lagarto
lagartixa
barata
cala a boca
cria câncer
guarda tudo
emudece
e morre.
Cala a boca!

Na boca entra
o buraco
o caixão
as flores
a lápide
e a morte!

Cala a Boca!

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Convite

Ei vem pra cá hoje!
quero saber como funciona a nossa dupla
mesmo sendo dupla é una
quero desvendar teu corpo
sentir cada parte tua
quero saber cada parte tua e minha que te dá prazer
quero saber como me sinto contigo
aqui
comigo
Hei! Vêm pra cá hoje!
Larga de ser assim, larga de se esconder por aí...
quero saber como nossa dupla funciona
quero saber o que nos espera a sós
Hei! Vêm, vêm...
Vamos brincar de se tocar
de descobrir nossa dupla
vamos brincar hoje
amanhã
depois de amanhã
não vamos cansar
vamos ficar buscando e gostando de viver a busca satisfatória...
Hei, hei! Vêm pra cá!