Era mais um dia, desses que se acorda cheio de tarefas e se termina com mais delas não resolvidas. Mais um dia onde tudo ficou pra amanhã. E sem se dar conta, ela foi empurrando com a barriga, igualzinho a todos os que faziam parte de seu dia e seu futuro.
Junto disso vinha um aperto no peito estranho, uma tristeza inconsolável e uma falta de amor próprio. Não havia mais auto-estima que fizesse com que ela se posicionasse e nem certezas que fizessem ela seguir, como se as certezas servissem para alguma coisa, Aliás, até serviam, para fazer com que no decorrer agente visse que estava tudo errado, e incerto.
Se não tinha mais auto-estima podia ter certeza que esperava que alguém lhe estimesse. Ledo engano. Impossível alguém olhar com bons olhos uma imagem que se menospreza.
E neste espaço que vinha vivendo, foi perdendo sua fé.
Eu juro, juro que ela tentou!
Rezou pra mil santos, Deus e o Demônio. Emplorou pros céus de todas as formas. Mas parecia que o Demônio não entendia sua lingua e, além disso, Deus havia perdido suas orelhas. E ja sabem né? Um Deus sem orelhas não há santo que se faça escutar!
Assim ela se entregou ao niilismo e ao iato que vivia, estava apenas esperando passar, e mais uma vez deixando pra decidir e resolver tudo amanhã.
Mexeu comigo teu texto. Me senti autorizado a ter um dialogo mudo contigo ainda que a distância imponha silêncio. Em teus textos o nosso encontro acontece. Esse velho amigo o niilismo possui duas caras, como as "caras" que simbolizam o Teatro. Ele tornou-se meu amigo e por ser amigo brigamos, nos distanciamos, nos toleramos, damos trégua, nos perdoamos, nos apaixonamos...mas há um silencio entre nós, uma verdade, dura, cruel e libertadora: não mentimos. Eita briga boa sô! Soa como Diadorim, mulher vestida de homem, que só com sua presença e seu olhar transfigura qualquer valor em vontade, apenas vontade de ser o que se é...
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