domingo, 5 de dezembro de 2010

Palhaço em preto e branco

Véspera de feriado, o bar cheio, a sinuca rolando.
Alguns cumprimentos ou seriam comprimentos? De missão comprida?
O cenário estava montado,
todos os atores do palco buscavam o mesmo final
me encontrei em meio a holofotes, diante do subto desejo de usar ou seria ser usada?
Essa peça eu encenei diversas vezes,
O texto mais que decorado ja sai sem pensar.
Saí do palco preto e branco
pensei muito no branco, no poder que ele ainda tem sobre mim.
Não quis ser palhaça do circo sem cor
não quis me escurecer por algo branco que vem a meu encontro, ou eu vou ao seu encontro?
A ordem não interessa.
Apesar de resistir por um bom tempo,
resolvi destruir tudo que tinha em cima do palco
Deixei os figurantes em seu local e escolhi que eles não completariam mais minha cena
Voltei pra casa sem encenar só por hoje.
Fui sincera comigo.
Admiti com bastante dor que sou impotente,
impotente perante o branco no preto, ou seria no prato?
Impotente perante à atriz que me transformo
Só tenho poder se eu negar o branco
Assim me apodero de mim
reluto, me debato e no fim vejo que vale a pena
Só por hoje eu não usei
só por hoje eu escolhi manter as cores da minha vida
só por hoje eu adimiti que está na hora de buscar amores sem estar alterada quimicamente
só por hoje revi que sou carente e que a droga nunca tapou meu buraco
só por hoje não encenei e nem quero encenar
só por hoje eu tenho fé e permaneço a tentar sem as covardias que a droga me trás.

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